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O PIOR DIA DO PLANETA TERRA


O planeta Terra tem idade estimada em cerca de 4,6 bilhões de anos. Durante este tempo, passou por muitas mudanças ambientais, a maioria delas, graduais, até atingir as características atuais, o que exigiu da vida, constante adaptação, desde que ela surgiu há aproximadamente 3,8 bilhões de anos. Mas, em alguns momentos, as mudanças ambientais foram muito rápidas, tendo consequências catastróficas sobre a biodiversidade.


Neste contexto, talvez o pior dia do planeta tenha ocorrida há 66 milhões de anos, quando um enorme e pesado meteoro se chocou com o planeta. Estudos estimam que ele media cerca de 9 quilômetros de extensão. O choque com a superfície terrestre teria gerado uma cratera de 177 quilômetros de diâmetro, conforme revelam estudos na península de Yucatán, no México. Além do impacto local, o choque teve efeitos globais, causando tsunamis, terremotos, deslizamentos de terra. O choque lançou na atmosfera toneladas de partículas de poeira e pequenos fragmentos de rocha. Ao retornarem à superfície, o atrito com atmosfera, aqueceu os fragmentos rochosos, tornando-os incandescentes, incendiando boa parte da vegetação do planeta, produzindo muito calor, que matou muitos organismos, logo nas primeiras horas após o evento.


A poeira levantada pelo impacto do meteorito e a fuligem decorrente dos incêndios provocaram efeitos mais duradouros. Bloquearam por vários meses a entrada da luz solar, impactando drasticamente as cadeias alimentares, pois, afetaram a capacidade dos produtores, como as algas do fitoplâncton e os vegetais terrestres de produzirem o seu próprio alimento pela fotossíntese. Isto, impediu a nutrição direta dos consumidores primários e indiretamente dos demais consumidores. Outra consequência do bloqueio da luz solar foi a queda acentuada das temperaturas globais, causando um inverno global prolongado que durou vários meses.


Os tsunamis, terremotos, incêndios, desestruturação das cadeias alimentares, bem como, as mudanças climáticas muito rápidas, foram demais para os seres vivos e cerca de 75% das espécies não foram capazes de se adaptar e desapareceram. Não pense que foram só os famosos dinossauros que entraram em extinção, o evento afetou boa parte da biodiversidade existente. Mas, houve sobreviventes ao pior dia da Terra, principalmente, no meio aquático, mais estável e, no meio terrestre, principalmente, entre os menores animais, que tinham necessidade de menos alimento, alguns com capacidade de produzir o próprio calor e que moravam em tocas subterrâneas foram menos afetados. A partir da queda do meteoro começou o reinado das aves e, principalmente, dos mamíferos, que evoluíram e passaram a ocupar os nichos vagos deixados pelos animais extintos.

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